Friday 11 February 2011

Jenin 31.12.2010

Aproximo-me de um homem. Olhar denso, calma de quem perdeu tudo. Não pertença. Assim são os terroristas. Como se o seu lugar fosse no topo da montanha, onde Deus, sentado, se esqueceu de observar os homens. Com seu passear tranquilo, vantajoso, o triunfo dos homens, horas à espera de morrer. A entrega à arte, faz-se com benevolência. Discurso disperso, tardes livres, ideologia sem política, desacreditar das mais valias, idênticas aos mestres desaparecidos. Esboço um sorriso, culmino nas palavras do céu. Uma revolução com armas de sentimento desconexo. A questão eterna do porquê. A perda interminável do amor infinito. Não há saudade. Não há sentimento, emerge a capacidade inaudível de amar de cor. Sem pressas apagam-se os rostos. As palavras, ditas perdem forças e este lugar já não existe. banido do mapa pelas forças invisíveis dos interesses, já ninguém sabe sobre quê, para quê, de quem. Mas continuamos aqui. Quase sem força, para continuar a acender o fogo, todas as noites, debaixo da oliveira centenária, que esta sempre foi terra de homens viajantes, de um Deus passante, de ninguém e de todos.

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