Saturday 15 January 2011

Mar Morto 25.12.2010

Cada passo uma encruzilhada. A Palestina enche-se de discordancias elocuentes, óbvias e subtis. As famílias tentam manter-se unidas em campos provisórios, extensas manifestações do acaso e da paciência, da persistência e da revolta. Hoje um confronto de nações. Os alemães que expulsaram os judeus e se juntam aos palestino. Como compreender a inconstância dos ciclos da humanidade. Cada dia uma passagem leve sobre a consciencialização, a fugaz malícia dos dias compreendidos a voar sonhando. Uma luta interminável, dos seres suaves, dos cuidados. Saímos em viagens. Até ao mar morto. Não queria pagar o preço de uma praia roubada aos palestino, pois achei um insulto, além de defender que qualquer praia paga, é um insulto à humanidade. Saímos em busca de uma praia livre, somos parados num check point. Claro que não nos deixaram entrar. Mesmo assim fiz questão de dar a volta, além dos guardas. Estava-mos a entrar em Israel, com palestino. Procuramos o mar morto. O livre. Devia ser livre. Paisagem vasta para ser vista. Sonho terra santa. Deus habita as montanhas. A eternidade a subtil. A fusão eterna das montanhas, com o céu a perder de vista. Eterno. Sim. Aqui, para sempre, dizem todos! Nós também. Queremos continuar a lutar, pelo direito de existir.
Estou farta de homens com armas a dizer-me o que fazer. Que eu não posso passar, porque  tenho amigos palestinos. Que não podemos tomar um banho no mar morto, porque estamos com guias palestinos. Que não posso ir a Jerusalém,porque tenho um carro alugado, palestino. E mudo os planos, porque eu quero ficar com os palestinos. E o menino palestino vira-se para mim e diz: desculpe QUE SOU palestino!

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